Consultor CVM CLT, PJ ou Sócio: Quais são os riscos trabalhistas de cada modelo de contratação?
- Rodolfo Al Alam
- 24 de mar.
- 3 min de leitura
Num escritório de Consultoria CVM, os consultores podem ser vinculados por meio de contrato de trabalho no regime da CLT, atuar como sócios dentro da estrutura empresarial, ou até mesmo serem contratados como PJ (Pessoa Jurídica). Cada modelo possui implicações específicas e exige conformidade com a legislação para evitar passivos trabalhistas, que podem gerar custos elevados e riscos para as empresas.

Os passivos trabalhistas referem-se à soma das obrigações legais e financeiras que uma empresa tem em relação aos seus empregados, decorrentes de descumprimento de leis trabalhistas. Esses passivos podem surgir de demandas judiciais, como processos por salários não pagos, direitos trabalhistas desrespeitados sobre férias ou horas extras e contribuições previdenciárias com recolhimento indevido.
Como evitar Passivos Trabalhistas
Nos Vínculos Societários
Para que a vinculação de um consultor como sócio seja válida e segura, é fundamental:
Participação efetiva na gestão: O consultor deve estar envolvido nas decisões estratégicas do escritório, demonstrando seu papel ativo como sócio e não como empregado subordinado.
Remuneração adequada: A remuneração pode ocorrer por meios estabelecidos no Acordo de Sócios, evitando características de relação empregatícia.
Acordo de Sócios bem estruturado: O documento deve conter disposições claras sobre a relação entre os sócios, suas responsabilidades e direitos, garantindo transparência e alinhamento de expectativas.
Ausência de subordinação: O consultor não deve estar sujeito a uma hierarquia rígida ou controle excessivo, características típicas de uma relação de emprego.
Nos Vínculos CLT
Caso a opção seja a contratação via CLT, a empresa deve atentar-se aos seguintes pontos:
Registro adequado: O contrato de trabalho deve refletir fielmente as funções exercidas pelo consultor e prever todas as condições pactuadas, garantindo transparência e conformidade legal.
Cumprimento das obrigações trabalhistas: É essencial assegurar o pagamento correto de salários, benefícios, encargos sociais e fiscais, evitando atrasos ou inconsistências que possam gerar passivos.
Gestão da jornada de trabalho: Implementar um controle eficaz da jornada, registrando horários de entrada, saída e intervalos, para evitar problemas relacionados a horas extras não pagas ou jornadas excessivas.
Nos Vínculos PJ
A contratação de consultores como pessoa jurídica (PJ) requer cuidados específicos para evitar a caracterização de vínculo empregatício:
Autonomia e independência: O consultor PJ deve ter liberdade para definir sua rotina de trabalho, sem subordinação direta ou controle de jornada pela contratante.
Ausência de pessoalidade: O contrato deve permitir que o consultor PJ possa designar terceiros para a execução dos serviços, caracterizando a não pessoalidade na prestação.
Remuneração por serviço: Os pagamentos devem ser realizados mediante emissão de nota fiscal, evitando qualquer semelhança com o pagamento de salários.
Contrato bem elaborado: É fundamental que o contrato de prestação de serviços seja claro e detalhado, especificando as responsabilidades de ambas as partes e evitando cláusulas que possam indicar subordinação ou habitualidade típica de vínculo empregatício.
Conclusão
A escolha do modelo de contratação de consultores de investimentos deve ser pautada em uma análise criteriosa dos riscos e benefícios de cada modalidade. Empresas que buscam minimizar passivos trabalhistas e operar com segurança jurídica devem investir em consultoria especializada para estruturar suas relações de trabalho de forma adequada. Na Veritas, oferecemos uma abordagem específica para aprimorar a sua estrutura societária e contratual, ajustando o modelo ao momento atual da sua PJ e às exigências do mercado. Entre em contato conosco e conheça nosso ecossistema de soluções para empresas do mercado financeiro.
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